O Fusca dos italianos

Simples, robusto e econômico, o diminuto Fiat Topolino
contribuiu para popularizar o automóvel em seu país
 

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

O Fusca da Fiat: impossível não associar ao carro do povo alemão o pequeno e simpático 500, ou Topolino (camundongo em italiano), lançado em 1936 pela Fábrica Italiana de Automóveis de Turim. Primeiro carro assinado pelo engenheiro Dante Giacosa, representou para o país a mesma popularização do automóvel que o VW em terras alemãs.

O Topolino foi projetado para ter tração dianteira, trazendo por isso o motor à frente desse eixo. Mas o presidente da Fiat, Giovanni Agnelli, recomendou a tração traseira por temer uma rejeição do público italiano à novidade, então recém-disseminada pelo Citroën Traction Avant. Com 2+2 lugares, duas portas, 3,30 metros de comprimento e dois metros de entreeixos, foi um dos menores carros já produzidos no mundo.
 

Simples na mecânica mas até moderno no desenho, o pequeno Fiat de 3,3 metros conquistou a Itália. A grade ovalada, no alto, foi abolida em 1948
 

Apesar do nome, o motor era pouco maior que um 500: exatos 569 cm3, com quatro cilindros, 13 cv de potência a 4.000 rpm e câmbio de quatro marchas, sendo as duas últimas sincronizadas. De mecânica simples -- suspensão por feixe de molas e freios a tambor à frente e atrás, rodas de 15 pol --, o pequeno Fiat pesava apenas 535 kg. Se não passava de 90 km/h, por outro lado conseguia grandes marcas de consumo, da ordem de 16 km/l.

As linhas simpáticas do "camundongo", até avançadas e aerodinâmicas para seu tempo, não mudaram de 1936 até 1948, tendo a produção sido interrompida durante a Segunda Guerra. Nesse ano surgia a versão 500B, acompanhada da perua Giardiniera. Vinham com nova grade de três elementos, pára-lamas abaulados, faróis embutidos e um pequeno porta-malas na traseira; o motor passava a ter válvulas no cabeçote e 3,5 cv a mais.
 

Variedade de oferta: do modelo original surgiram a perua Giardiniera/Belvedere com elementos em madeira, o conversível e o utilitário Furgoncino (no sentido horário)
 

A perua tinha carroceria de metal e madeira, ao estilo das norte-americanas, e oferecia quatro lugares mais o espaço de bagagem. Já em 1949 aparecia a terceira versão, 500C, com cabeçote de alumínio e um sistema que usava o calor do radiador para aquecer o interior, pela primeira vez na marca. Três anos depois a Giardiniera tornava-se a Belvedere e perdia a madeira da carroceria.

Versões conversível e comercial -- o Furgoncino -- também foram desenvolvidas. O Topolino acumulava 520 mil unidades vendidas, desde o primeiro modelo, quando se aposentou em 1954 para dar lugar a novos modelos