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O
pequenino
Texto: Francis Castaings |
Na Itália do
pós-guerra, via-se recuperação em todos os setores. O dinheiro
estava curto e poucos prosperavam. As indústrias começavam a se
reerguer. A Fiat, grande produtora de automóveis em Turim, tinha
como produto principal desde 1936 o famoso e popular Topolino (leia
história), cujo batismo verdadeiro era 500 e que fazia muito
sucesso. Mas depois de muitos anos, quase inalterado, já estava
ultrapassado. |
Simples e
econômico: motor traseiro refrigerado a ar, suspensão independente
nas quatro rodas, 13 cv de potência inicial |
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Em julho de 1957 a
Fiat lançava La Nuova 500, ou o novo 500 -- italianos sempre
se referem aos carros pelo feminino, macchinas, mesmo que não
sejam Ferraris... Bem pequeno, o projeto de Dante Giacosa media 2,97
metros (entreeixos de 1,84 metro) e pesava apenas 470 kg. Era um
verdadeiro anti-Maggiollino, como era conhecido o sedã Volkswagen
por lá. Um carro popular para ser vendido para classes menos
abastadas, para motorizar o grande público -- mas que, por sua
simpatia, atingiu também as mais afortunadas. |
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O charme do pequeno 500
fez com que conquistasse não só a classe popular, mas também os que
podiam ter carros de padrão superior |
Numa festa da família
real Grimaldi, em Mônaco, entre Rolls-Royces e Mercedes, viu-se uma
vez uma personalidade desembarcando de um 500. Um charme destacável.
De linhas curvas, o pequeno carregava quatro pessoas de estatura
média. Um conforto muito simpático e útil no verão era o grande teto
solar de lona, opção que apareceria em 1959. |
Juan
Manuel Fangio abre a porta do tipo "suicida" para examinar o Fiat.
Apesar da máxima de 85 km/h, era um carrinho de grandes qualidades |
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Tinha suspensão
independente nas quatro rodas: a dianteira por braço triangular
superior e feixe de molas transversal inferior, a traseira por
semi-eixo oscilante com mola helicoidal. Sua estabilidade era boa,
como é tradição da Fiat, e a maneabilidade incrível. Na
auto-estrada, porém, era melhor ficar à direita: a velocidade máxima
era de 85 km/h -- chegaria a 95 km/h mais tarde. |
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O grande
teto solar de lona, lançado dois anos depois, era um interessante
acessórios para os europeus, que sempre valorizaram o pouco sol que
têm em boa parte do continente |
Estava dentro das
expectativas: o motor refrigerado a ar (pela primeira vez na marca),
um bicilíndrico com válvulas no cabeçote e comando no bloco, tinha
479 cm3 (daí o número 500) e potência de apenas 13 cv a 4.000 rpm
nos primeiros modelos, depois elevada a 15 cv. Motor, câmbio de
quatro marchas e tração eram traseiros. O consumo estava por volta
de 18 km/l.
Continua |
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